Li um artigo muito interessante na HSM Management, dezembro de 2011, e por sua importância e atemporalidade, resolvi comentar por aqui com vocês. Em suma, o artigo falava sobre o Dalai-Lama, autoridade máxima do budismo tibetano em uma de suas visitas ao Brasil e Oscar Arias, ex-presidente da Costa Rica, ambos ganhadores do Nobel da Paz e sempre listados entre as poucas exceções de liderança reconhecidas e respeitadas. O que me chamou a atenção é que ambos possuem “coincidências” em seus comportamentos de liderança.
Existem algumas importantes características desejáveis em um líder, vejamos:
O Dalai-lama é tido como líder rebelde pelo governo chinês, vive exilado na Índia, tem que conviver com a descaracterização da cultura de seu povo, a morte de 1 milhão de tibetanos e a opressão da China que não abre mão do Tibete, por que será? Bingo! A resposta não poderia ser outra: interesse no urânio e outros minérios que o Tibete possui.
Já o Oscar Arias, além de ser asmático, em 1987 liderou o processo de paz na América Central que foi extremamente turbulento, “a negociação com os presidentes centro-americanos esteve repleta de obstáculos nada amigáveis e encontrou forte oposição das grandes potências de uma guerra Fria ainda em curso”.
Ambos se esforçam continuamente em conseguir boas negociações, entendem os limites culturais e de consciência e empenham suas vidas para obter acordos de paz.
Tanto o Tibete como a Costa Rica são pequenos. Só para ter uma ideia, o Brasil é 67 vezes maior que a Costa Rica. Mas “o fato de ser minoria…aumenta o grau de dificuldade pela qual os líderes tiveram de passar para se tornar pessoas tão respeitáveis”.
O Dalai-lama disse: “ os problemas nunca acabarão por completo - problema sempre existirá. Mas o método tradicional de resolver problemas pela força e poder deve ser substituído por um método mais eficaz, que é o da negociação”.
O historiador François Guizot disse: “O mundo pertence aos otimistas, os pessimistas são apenas espectadores”. O Dalai-lama diz que as pessoas andam desconfiadas de tudo e todos e que o coração deve vir antes do cérebro. Por mais que possa parecer ingênuo e uma visão de Poliana, eu acredito que o amor é o único caminho possível para recuperação da humanidade.
Enquanto a maioria das empresas e governos apagam incêndios e se dedicam a resolver problemas agudos, as grandes questões devem ser tratadas no nível crônico, não só os sintomas, mas também as causas.
Dessa forma, lanço aos líderes as questões desse checklist: avaliem sua capacidade de lidar com problemas e teste sua resiliência. Quanto se empenha de forma real e tem consciência dos limites dos outros? Seu jeito de liderar, seus valores, o tornam minoria? Como lida com isso? Você lidera pelo poder ou tem grande capacidade de diálogo? Como está sua ingenuidade e otimismo? Sabe trabalhar na resolução de problemas crônicos, percebendo além do óbvio ou só apaga incêndios? Consegue admitir que é imperfeito e lidar com essa vulnerabilidade de maneira madura e equilibrada, sem projetar nos outros suas inseguranças?
Fica aí minha dica.
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