A manifestação da liberdade começa na mente, quando escolhemos formas libertadoras de pensar.
Ofereço a você uma metáfora capaz de facilitar o processo de quebra de ideias ou conceitos cristalizados.
Imagine a estrada que você mais gosta de dirigir, a que você prefere para ir a determinado lugar. Apesar de ter outras possibilidades, você escolheu essa estrada por alguns motivos.
Ela parece um tapete, sem buracos. É bem sinalizada e, apesar das curvas, é segura. A vista é linda e ainda por cima você chega em pouco tempo ao destino desejado.
Mas tem um porém: o pedágio é muito, muito caro.
Agora que já pensou na estrada que você mais ama, quero que procure um lugar seguro nessa estrada para estacionar seu carro.
Sim, você vai deixá-lo em algum lugar, bem guardado e ao descer do carro, notará que no chão, bem do lado, tem um facão. Ele agora é seu.
Olhe para o lado direito da estrada e veja um matagal enorme, alto, de perder de vista.
Sua missão agora é de se embrenhar nesse mato para abrir uma nova estrada, um novo caminho.
Os desafios são vários. É muito difícil porque você provavelmente nunca cortou mato e abriu caminho com um facão.
É mato demais e o trabalho é enorme, a distância a percorrer é longa, exigindo muita perseverança.
Quando estiver pra lá da metade do caminho, exausto, vai perceber que o mato do início já começou a crescer.
Você vai se questionar o motivo de tanto trabalho para abrir uma estrada, se já tem uma ali do lado, pavimentada e toda arrumadinha!
Você vai querer desistir. Vai sentir medo do desconhecido.
Mas a vantagem de tudo isso é que esse novo caminho, aberto por você, além de não cobrar pedágio, vai conduzir você para uma liberdade sem proporções.
Esse cenário que desenhei para você serve para entender como funciona nossa mente.
Imagine que aprendemos a pensar de certa forma sobre vários assuntos.
Lemos coisas a respeito, ouvimos pessoas falarem nas igrejas, nas escolas, na própria família, tudo do mesmo jeito - crença empilhada sobre crença.
De tanto ouvir, você pavimenta uma "estrada" na sua mente.
As sinapses são construídas. Isso fica forte o suficiente que, quando uma pessoa ou evento traz um assunto à tona, sua mente acessa esse caminho mais fácil para uma resposta ou conclusão.
Dessa forma, seu cérebro economiza energia e tem acesso mais rápido às informações.
O problema é que o fato de uma "estrada-sinapse" estar construída e fortalecida em nossa mente, não significa que esse tipo de pensamento que você tem é o melhor.
Jonathan Haidt é um psicologo social norte-americano, declarado como um dos melhores pensadores globais, autor de quase 100 artigos acadêmicos, além de vários livros, suas pesquisas passam por temas como julgamento moral, polarização e populismo, psicologia positiva e diversidade de pontos de vista.
Um livro em especial que quero citar é A mente moralista. Haidt diz que somos péssimos em encontrar evidências que desafiem nossas crenças, mas outras pessoas nos fazem esse favor, assim como somos ótimos em encontrar erros nas crenças alheias.
Isso explica porque procuramos manter um “padrão” de pensamento e evitamos nos abrir para o novo. A busca por desenvolvimento pessoa dá trabalho, semelhante abrir uma trilha no meio do mato.
Sobre questões morais por exemplo, “o principal jeito de mudarmos de ideia, é interagir com outras pessoas”.
Mas ele faz um lembrete muito interessante: “quando as discussões são hostis, as chances de mudar de ideia são mínimas.
Se desejar aprofundar seu entendimento sobre o funcionamento da mente e nossa forma de “acreditar” nas coisas, vale a leitura desse livro.
Posso citar um exemplo meu aqui das sete (7) vezes que fui assaltada em São Paulo e de quando passei por um sequestro.
Cada um desses eventos geraram um medo absurdo. Cheguei a ter crises de pânico, tamanha a minha dificuldade em lidar com essa “pavimentada estrada”.
O esquema funciona da seguinte maneira:
Quando algo dá errado ou quando sou avisada de um problema, meu corpo todo é banhado por uma sensação de formigamento, em seguida meus músculos ficam tensos.
Pronto! Já estou em estado de alerta e estresse!
A história que meu cérebro conhece é a de que sofri muita violência e sempre foi horrível essa sensação.
Dessa forma, se algo ruim acontece agora, mesmo que seja insignificante, a estrada pavimentada das minhas sinapses é acessada instantaneamente.
É um caminho que já conheço, sei como começa e como termina. O pedágio caro que pago nessa estrada é que, por acreditar nessa história que meu cérebro insiste em repetir, mantenho fortalecido o círculo vicioso do medo.
E ele me leva ao estresse, à retração e até a doenças emocionais e físicas.
Então é muito importante pensarmos em que histórias estamos contando para nós mesmos.
Estamos fixados no passado, nos dramas, nas falcatruas que nos fizeram?
Se isso acontecer, nossa mente mesmo tendo possibilidade de escolher caminhos diferentes, até melhores, optará por ir por um lugar que ela já conhece.
Muitas vezes é necessário pegar um facão e abrir caminho no meio do mato.
Essa é a habilidade que possuímos para narrar uma história inédita e estabelecer uma sinapse renovada.
No entanto, como ela é recente, se eu não percorrer essa nova trilha com mais frequência, após algum tempo, a rota estará novamente toda coberta de vegetação.
Para que esse novo caminho se torne uma estrada pavimentada, terei que passar ali por diversas vezes, muito mais do que pela estrada antiga, ou não conseguirei me libertar dos pensamentos ruins, de fracasso, incapacidade, medo, solidão.
Vai dar um trabalhão imenso!
Literalmente temos que forçar nossa mente a prestar atenção a uma nova história, que nos motiva e faz ir além.
No meu caso, muitas coisas dão início ao meu pensamento de medo.
No entanto, quando me recuso a seguir por essa estrada pavimentada, passo a mão no facão e arregaço as mangas, para abrir caminho em um novo jeito de pensar sobre o assunto.
Me lembro de que fui capaz de sair de todas as enrascadas que vivi, que sobrevivi à violência, que tive ideias ótimas para ultrapassar obstáculos.
E pouco a pouco, o caminho novo vai se fortalecendo e meu medo se dissipando.
Nessa nova estrada não há pedágios.
E o resultado é a liberdade de poder escolher em quais histórias você vai focar sua atenção. E isso não tem preço nessa vida!
Convido você a refletir sobre que novas histórias pretende contar a si mesmo(a). Faça isso com a gentileza a amorosidade que você merece.
Abraço afetuoso,
Adri
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Shogun no Star+
A saga épica de guerra, paixão e poder no Japão feudal. Muito interessante para conhecer um pouco mais da história do Japão.
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