Quando as pessoas identificam seu meio de expressão (talento), descobrem suas forças criativas reais e encontram seus caminhos. Ajudar os outros a se conectarem com suas capacidades criativas é o caminho mais seguro para liberar o melhor que cada um tem a oferecer.
Somos ensinados desde sempre a observar aquilo em que não somos tão bons e tentar colocar foco naquilo para melhorar. Um bom exemplo disso é o período escolar, quando assimilamos conhecimentos e tentamos nos moldar.
Na verdade, até tentamos dar uma "escapada" do processo, e logo algum adulto aparece para nos colocar nos "trilhos" novamente, orientando a olhar para os pontos fracos.
Sobre a parte excelente que a escola estrutura e desenvolve em cada um de nós, você já sabe.
Quero me ater agora na fragilidade de um método que é pautado essencialmente em olhar para aquilo em que somos fracos, por assim dizer.
Supondo que uma criança tem excelente desempenho em artes ou comunicação, com uma inteligência relacional fantástica, tira notas altas nessas áreas, faz com facilidade o que é proposto e ainda se supera, com um talento admirável.
Se essa mesma criança tira uma nota vermelha em matemática ou química, por exemplo, toda a atenção será focada na melhoria dessas notas.
Não estou dizendo aqui que não devemos melhorar as notas. Minha consideração é a ênfase que se dá aos pontos fracos.
O que conseguimos com isso é apenas focar toda energia em algo em que não somos tão bons. Aí não sobra recurso emocional e criativo para fazer aquilo em que somos excelentes.
O resultado? Nos tornamos apenas medianos.
Nascemos criativos.
Quando crianças temos uma confiança imensa em nossa própria imaginação. Para ilustrar isso, vou contar aqui uma história que li no livro do Ken Robinson, "O Elemento-Chave", cuja leitura recomendo.
Vou citar trechos desse livro algumas vezes por aqui, pois é extremamente lúcida a forma como Ken Robinson mostra o caminho para descobrir onde a paixão se encontra com seu talento.
Vamos à história:
"Uma professora do ensino fundamental estava dando aula de desenho para um grupo de crianças de seis anos.
Uma menininha que não costumava prestar muita atenção aos estudos estava sentada no fundo da sala. Da aula de desenho, porém, ela gostava. Por mais de vinte minutos a menina permaneceu sentada, com os braços sobre o papel, completamente absorta no que fazia.
A professora ficou intrigada e, depois de algum tempo, perguntou à aluna o que estava desenhando. Sem olhar para cima, a menina respondeu: "Estou desenhando um retrato de Deus." Surpresa, a professora contestou: "Mas ninguém sabe como Deus é."
"Vão saber assim que eu terminar", respondeu a menina.
O autor continua fazendo sua análise sobre como a maioria das pessoas perdem essa confiança à medida que crescem.
Segundo Ken, "Entre em uma classe da pré-escola, pergunte quem é criativo, e todas as crianças levantarão a mão. Faça a mesma pergunta para uma classe do último ano do ensino médio e verá que a maioria dos alunos não se manifestará". E por conta do tipo de educação que recebemos, perdemos o contato com essa capacidade de usar nossos talentos natos.
O resultado disso é um número exorbitante de pessoas que jamais entra em sintonia com os verdadeiros talentos.
E por isso não sabem o que, de fato, podem realizar, inclusive em suas carreiras. Nesse sentido, as pessoas não sabem quem realmente são.
O pior é que esse padrão se estende para a vida adulta. Vamos sendo moldados aqui e acolá, um pouco agora, mais um pouquinho depois e voilà: conseguimos nos enquadrar no padrão do que as pessoas consideram normal a ser feito.
Mas quero aqui ressaltar que muito disso ocorre com os professores, sistemas educacionais e com os pais, por pura falta de conhecimento do que de fato são os talentos, como funcionam em sua estrutura no cérebro e como podem transformar talento em Ponto Forte.
Na minha carreira como Coach, encontro sempre pessoas que estão tentando planejar o futuro e não têm ideia de como começar.
Nas empresas, os empregadores lutam para encontrar talentos e usar isso da melhor maneira possível. Mas nem os funcionários sabem ao certo que talentos possuem e quais suas paixões, e isso gera uma insatisfação danada!
Afinal, muitas vezes os funcionários não gostam do que fazem, mas também não têm a menor ideia do que fazer para se sentirem realizados.
Líderes tentam ter equipes de alta performance.
Eles querem engajar, motivar e não perder tempo. Mas não dominam esse conhecimento de como extrair o melhor de cada pessoa. Tudo isso cria um círculo vicioso da mediocridade e de baixos e insatisfatórios resultados em todas as áreas da vida.
Muitos escolhem seus trabalhos como uma simples forma de conquistar segurança financeira. Além de insatisfatório, já que isso pode afastar as pessoas dos seus talentos e paixões, é frágil, pois não as coloca em uma posição de competitividade, potencialidade e criatividade.
Ficam todos engessados ao realizar um trabalho no qual são medianos, quando na verdade, poderiam ser brilhantes!
Imagine que o trabalho que você realiza apenas para pagar as contas possa desaparecer na próxima década... Se você nunca aprendeu a usar seus talentos e pensar criativamente, o que irá fazer em seguida?
O único modo de estar preparado para o futuro é dar o máximo de si para se tornar o mais flexível e produtivo quanto possível.
Se amanhã o mundo virasse de cabeça para baixo, os flexíveis e produtivos descobririam um modo de usar seus talentos para se adaptar a essas mudanças.
Elas encontrariam uma maneira de continuar a realizar o que as coloca em harmonia com seu seus Pontos Fortes, pois teriam uma compreensão orgânica de como seus talentos se ajustariam a um novo ambiente.
"O que nossas crianças farão se continuarmos a prepará-las para o futuro usando modelos antiquados de educação? Muitas, certamente, terão empregos que ainda não foram concebidos.
Portanto, não seria uma obrigação nossa incentivá-las a explorar o maior número de direções possível para descobrir seus verdadeiros talentos e paixões?
Quando a única coisa que sabemos sobre o futuro é que ele será diferente, seria prudente fazermos de tudo para também sermos.
Precisamos pensar de maneira diversa sobre os recursos humanos e como deveremos desenvolvê-los se quisermos enfrentar esses desafios."
Acredito muito na diversidade do talento e paixão humanos e no nosso extraordinário potencial para crescer e evoluir.
Mas para que isso aconteça, há uma necessidade de saber como identificar os talentos de cada pessoa e assim canalizar esforços para transformá-los em Pontos Fortes.
Isso contribuirá em ajudar as pessoas a trazerem para o presente a capacidade de encontrarem e realizarem diariamente a missão de suas vidas.
"Quando os seus talentos encontram as necessidades do mundo, ali está a sua missão" - Aristóteles
Abraço afetuoso,
Adriana Ferrareto
P.s: Lembre que existem várias maneiras de se manter atualizado com os conteúdos que crio.
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