Cabem aqui as palavras de Nietzsche: "por falta de repouso nossa civilização caminha para uma barbárie. Em nenhuma outra época os ativos, isto é, os inquietos, valeram tanto. Assim, pertence às correções necessárias a serem tomadas quanto ao caráter da humanidade fortalecer em grande medida o elemento contemplativo". - Nietzsche, F. Humano, demasiado humano
Segundo o autor "o sujeito de desempenho está livre da instância externa de domínio que o obriga a trabalhar ou que poderia explorá-lo. É senhor e soberano de si mesmo. Assim, não está submisso a ninguém ou está submisso apenas a si mesmo.
É nisso que ele se distingue do sujeito de obediência. A queda da instância dominadora não leva à liberdade. Ao contrário, faz com que liberdade e coação coincidam. Assim, o sujeito de desempenho se entrega à liberdade coercitiva ou à livre coerção de maximizar o desempenho.
O excesso de trabalho e desempenho agudiza-se numa autoexploração.
Essa é mais eficiente que uma exploração do outro, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos. Essa autorreferencialidade gera uma liberdade paradoxal que, em virtude das estruturas coercitivas que lhe são inerente, se transforma em violência.
Os adoecimentos psíquicos da sociedade de desempenho são precisamente as manifestações patológicas dessa liberdade paradoxal".
Obs.: Eu fiz esse vídeo antes da pandemia, em 2018, falando um pouco das minhas percepções sobre o livro Sociedade do Cansaço de Byung-Chul Han
Recomendo muito a leitura como ponto de partida para uma discussão em que possamos encontrar uma medida saudável entre produtividade e saúde!
Forte abraço,
Adriana
Strengths Coach certificada pelo Gallup® Institute
Executive Coach Certificada pelo Integrated Coaching Institute (ICI)
Certificação Internacional em Coaching Integrado