Esta é a sua carta semanal, trazendo reflexões, provocações e descobertas sobre o desenvolvimento pessoal e profissional. Um espaço dedicado a quem busca explorar e maximizar seus talentos, evoluindo de maneira como vive e trabalha. Seja bem-vinda(o) a um momento de pausa e inspiração.
Daniel Kahneman, um psicólogo que ganhou o Prêmio Nobel de Economia, dedicou sua vida a explicar algo fascinante.
Seus estudos sobre o comportamento humano transformaram a maneira como entendemos nossos pensamentos, decisões e, especialmente, os erros que cometemos sem perceber.
Nesta news, você vai descobrir de forma prática o que tudo isso significa e como aplicar esse conhecimento para tomar decisões melhores no seu dia a dia, independentemente da sua profissão ou rotina.
Kahneman demonstrou que nossa mente opera com dois sistemas:
Sistema 1 : é o modo rápido, automático, emocional e intuitivo. Ele reage sem pensar muito, com base em experiências e percepções imediatas.
Sistema 2 : é mais lento, lógico, analítico e cuidadoso. Ele exige foco e energia, por isso usamos menos do que deveríamos.
O Sistema 1 é útil para decisões simples e imediatas: atravessar uma rua, responder a uma pergunta óbvia, lidar com tarefas repetitivas.
Mas quando precisamos decidir sobre algo importante — uma compra significativa, um conflito com alguém, uma mudança de carreira ou uma conversa delicada — confiar demais nesse modo automático pode nos levar a escolhas impulsivas, incompletas ou injustas.
E o pior: muitas vezes nem percebemos que estamos decidindo no “modo automático”.
Além dos famosos vieses mentais (como a tendência de confirmar o que já acreditamos ou superestimar nossas capacidades), Kahneman alertou sobre outro perigo ainda mais silencioso: o ruído .
Ruído é quando tomamos decisões diferentes em situações semelhantes, sem um bom motivo para isso.
Vamos pensar em algumas situações do dia a dia: você pode perceber a mesma situação de maneiras diferentes dependendo do seu humor.
Às vezes, você reage de forma mais rígida ou mais tranquila com colegas diferentes, mesmo que eles façam a mesma coisa.
Um gasto que ontem parecia um absurdo, hoje pode parecer totalmente aceitável, mesmo que o contexto não tenha mudado muito.
Esse "ruído" é o que bagunça nosso julgamento, deixando nossas decisões meio instáveis.
E, muitas vezes, ele passa despercebido, mas acaba causando um impacto real: frustrações, reclamações, conflitos e decisões que depois parecem não fazer sentido.
Porque todos nós tomamos decisões o tempo todo: grandes ou pequenas, conscientes ou não.
Essas decisões moldam nossa vida — nossos relacionamentos, nossa carreira, nosso bem-estar.
Já aconteceu de você falar algo sem pensar e depois se arrepender?
Ou talvez tenha tomado uma decisão no calor do momento e, mais tarde, percebeu que não analisou bem a situação?
E aquele gasto que você fez sem pensar muito, só para depois se perguntar se realmente valia a pena?
Ou ainda, mudar de ideia sobre alguma coisa sem saber exatamente o motivo...
Se você já passou por isso, então já foi afetado(a) pelos efeitos do sistema 1 e pelo ruído.
render a decidir melhor não é um luxo — é uma habilidade essencial para viver com mais equilíbrio, clareza e consistência.
Você não precisa ser especialista em comportamento humano para aplicar esse conhecimento. Veja algumas atitudes sugeridas por Daniel Kahneman que já podem transformar a forma como você decide no trabalho, na vida pessoal e até nos relacionamentos:
Evite tomar decisões importantes por impulso. Faça uma pausa, pense melhor, converse com alguém. Muitas decisões melhoram com uma boa noite de sono.
Para decidir entre duas opções (um projeto, um investimento, uma mudança), liste os pontos importantes antes de avaliar. Isso ajuda a sair do emocional e pensar com mais clareza.
Perceba se você está mais severo, otimista ou impaciente apenas por fatores do dia — e não pela situação em si.
Pedir uma segunda opinião ajuda a sair da bolha do próprio pensamento. Pessoas com outras visões ampliam sua capacidade de análise com mais equilíbrio.
Antes de tomar uma decisão, imagine que ela deu errado. Pergunte-se: “O que teria causado esse erro?”. Esse exercício simples previne riscos e aumenta a qualidade das escolhas.
Olhar para trás com sinceridade ajuda a entender seus padrões de decisão - e ajuste para fazer melhor na próxima vez.
Em uma conversa completa com Pedro Bial, Kahneman fez uma reflexão poderosa: a inteligência artificial está se tornando mais confiável que o julgamento humano em várias situações. Isso porque a IA não sofre com humor, cansaço, fadiga ou ruído. Ela é consistente, objetiva e padronizada.
Mas Kahneman não era um defensor da substituição humana — pelo contrário. Ele dizia que o que nos diferencia é justamente a nossa capacidade de sentir, compreender o outro e tomar decisões éticas, não apenas eficientes.
Seu alerta é direto: quanto mais as máquinas evoluem, mais precisamos evoluir como as pessoas. Precisamos estar conscientes dos nossos limites — e desejar a melhoria do nosso pensamento.
Daniel Kahneman nos deixou em março de 2024, aos 90 anos. Optou, de forma consciente, pela morte assistida — uma escolha íntima, lúcida e apoiada em tudo que sempre defendeu: autonomia, clareza e responsabilidade sobre nossas decisões mais importantes.
Kahneman nos ensinou que tomar boas decisões não é sobre ser perfeito — é sobre estar consciente. E isso vale para qualquer pessoa, em qualquer área da vida.
Quanto mais consciência temos sobre como pensamos, melhor conseguimos agir com sabedoria, leveza e responsabilidade.
Quem não cuida da forma como pensa, será sempre prisioneiro de decisões que nem percebe que tomou.
Abraço afetuoso,
Adri
Especialista em desenvolvimento de lideranças, carreiras e equipes por meio dos talentos.
Meus cinco principais talentos: empatia | excelência | entrada | intelecção | conexão de conexão
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