São muitas as formas de interpretarmos os ciclos que a vida oferece. Observando a natureza, nossos próprios corpos e toda a vida em nosso entorno, tudo, absolutamente tudo, passa pelo ciclo de nascimento, plenitude e declínio, seguido de um renascimento e assim por diante.
Foi apenas quando compreendi esses ciclos de vida-morte-vida que entendi que morremos e nascemos várias vezes na mesma vida. Calma que eu explico. Me refiro as muitas mortes que temos de enfrentar de projetos, relacionamentos, vínculos, modo de fazer certas coisas, enfim, quantas dessas situações chegam ao seu clímax e precisam naturalmente caminhar para seu fim.
Antes porém, devo dizer que essa linda ideia não partiu de mim não, viu? Me inspirei profundamente quando li há mais de 10 anos, o livro da Dra Clarissa Pinkola Estés -Mulheres que Correm com os Lobos. Não sei direito nem descrever o que senti ao ler a primeira vez o seguinte trecho do livro dela:
" Quando as mulheres reafirmam seu relacionamento com a natureza selvagem, elas recebem o dom de dispor de uma observadora interna permanente, uma sábia, uma visionária, um oráculo, uma inspiradora, uma intuitiva, uma criadora, uma inventora e uma ouvinte que guia, sugere e estimula uma vida vibrante nos mundos interior e exterior. Quando as mulheres estão com a Mulher Selvagem, a realidade desse relacionamento transparece nelas. Não importa o que aconteça, essa instrutora, mãe e mentora selvagem dá sustentação às suas vidas interior e exterior."
Mas que Mulher Selvagem era essa meu Deus? Fiquei a me perguntar. Afinal de contas, eu já havia passado por tantos desencontros na vida, que essa sabedoria interna da Mulher Selvagem mencionada, passou bem longe de mim.
Então entendi que recuperar a Mulher Selvagem, nada mais é do que restabelecer a relação consigo mesma, com sua real identidade. Isso é muito difícil pois somos recobertas de camadas e camadas de formas, crenças limitantes, tem quê isso, tem quê aquilo.... e quem somos de verdade, fica lá, embotada, escondida, anêmica.
Para me encontrar, deixei morrer algumas crenças que estavam me limitando, revi minhas "verdades", perdi a pele esfolada por aí e fui tateando novas formas para poder renascer.
Foi então que resolvi escrever minhas histórias em forma de crônicas, chorei loucamente a cada frase, lembrança. Enterrei meus mortos com a devida honra, fiz meus lutos, que não eram poucos. Quase desisti de escrever, pois foi difícil reviver naquelas linhas, términos tão dolorosos.
E quando finalmente deixei ir, renasci. Um livro se fez!
A escrita me auxiliou a organizar as ideias, a entender padrões de repetição dos erros e por consequência, os resultados que estava obtendo em minha vida, a cada crônica as coisas ficavam mais claras, e a tal da Mulher Selvagem, aquela que está inteira com sua real identidade, surgiu. E depois das mortes, o livro Vou Ali e Já Volto - 40 anos o deserto, nasceu.
Não consegui pensar em título algum enquanto não terminei a limpeza, quero dizer, a escrita. Ao ler novamente meus textos, as peças do quebra-cabeça foram se encaixando, e um dia, como costuma ser com muitas pessoas, tomando um banho, tive a ideia do título: Vou Alie Já Volto, 40 anos no deserto.
Como a história vale a pena ser contada, sugiro que assista essa entrevista que dei para a rádio Assembléia, e vai entender exatamente como tudo aconteceu.
E com alegria compartilho por aqui o lançamento que ocorreu no último dia 06 de dezembro nas Livrarias Curitiba:
Agradeço a todos pela partilha e me desculpem aos demais que não tenho registro, essas fotos foram enviadas por muitos de vocês. E por fim, agradeço ao meu amado marido Alexandre, mais conhecido por Love, com quem tenho o maior prazer do mundo em compartilhar essa jornada.
Abraço afetuoso,
Adri
Ah, se você quiser comprar o livro existem algumas maneiras:
Strengths Coach certificada pelo Gallup® Institute
Executive Coach Certificada pelo Integrated Coaching Institute (ICI)
Certificação Internacional em Coaching Integrado